Agentes Biológicos com potencial de controle


Considera-se o controle de pragas e doenças na agricultura grande problema enfrentado por diversos produtores, controle este, que usualmente realiza-se pelo método químico, que, além de prejudicial ao meio ambiente, pode induzir ao surgimento de espécies resistentes.
Em contrapartida, utilizar organismos vivos como estratégia para o controle de pragas e doenças, demonstra interesse por apresentar custo acessível, mínimo impacto ambiental, e inclusive, resultados similares aos obtidos com o uso de produtos químicos no sistema convencional.
A utilização de organismos vivos se enquadra dentro da perspectiva de controle biológico, e utilizaorganismos como fungos, bactérias, vírus e insetos (Bittencourt e Franzener, 2013; Harding e Raizada, 2015).
Como exemplo, insetos predadores de sementes, como besouros e grilos, podem causar danos em plantas daninhas, e reduzir a emergência em até 15% (White et al., 2007). O fungo Bipolaris euphorbiae pode induzir manchas necróticas nas folhas e caules, e ocasionar altas taxas demortalidade em plantas de leiteiro. Esta espécie de fungo, com grande especificidade, ocasiona os sintomas apenas nas plantas de Euphorbia heterophylla, e por isso, é considerado método eficaz para o controle biológico (Nechet et al., (2006).
Inúmeros são os organismos vivos que podem ser utilizados como modelo de controle, e muitos centros de pesquisas se dedicam quase que exclusivamente para melhorar a produção destes produtos biológicos, visando sempre um custo acessível e resultado eficaz.
Contudo, o modelo de controle biológico é visto inúmeras vezes, com receio por alguns produtores, por não apresentar resultados momentâneos como os que são obtidos com o uso de produtos químicos.
Ademais, o controle biológico não deve ser considerado como uma substituiçãodo controle químico, e sim, um auxílio para reduzir o uso, seja de pesticidas ou herbicidas no meio ambiente, visando sempre, produzir alimentos de maneira mais saudável e sustentável.
Referências:
Bittencourt, H.H.; Franzener, G. Potenciais agentes de controle biológico de plantas espontâneas em agroecossistemas no estado do Paraná. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.8, n.5, p.158-162, 2013.
Harding, D.P.; Raizada, M.N. Controlling weeds with fungi, bactéria and viruses: a review, v.6, s/n, p.1-14, 2015.


Figura 1 – Larva de Erinnyis ello alimentando-se do caule (A) do leiteiro e da folha (B).
Fonte: Bittencourt e Franzener, 2013.

Bióloga Jaqueline Araújo Barbosa Mestranda em Agronomia